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De acordo com o último acerto divulgado pelo governo, as montadoras terão que investir R$ 5 bilhões por ano em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). O investimento é parte do Rota 2030, novo programa de estímulo ao setor automobilístico que vem substituir o Inovar Auto, encerrado no ano passado. Porém, o lançamento do Rota 2030, previsto para junho, foi adiado e as negociações continuam no governo.
Você sabe o que é investir em P&D? Por que as montadoras investem em pesquisa? Que setores recebem esse investimento? A quantas anda o Rota 2030? Reunimos aqui um panorama geral sobre essas questões para você não ficar perdido.
Uma empresa que investe em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) coloca dinheiro em pesquisas e projetos relacionados à ciência e tecnologia. São pesquisas geralmente de longo prazo e que têm chance de trazer lucros, mais produtividade e maior competitividade para a empresa.
As pesquisas costumam ser conduzidas por unidades especializadas, centros de empresas, universidades ou agências do Estado. Investir no setor de informática e tecnologia da informação, como fazem empresas como Google, Microsoft e Apple, é um exemplo de investimento em P&D que costuma gerar grande retorno.
Montadoras investem nos mais variados campos de pesquisa e conseguem extrair vantagens de diversos tipos de tecnologia. São muito comuns pesquisas em física, engenharia mecânica e elétrica, programação, robótica, inteligência artificial, design industrial, enfim, todos os setores que possam ajudar a ampliar o desenvolvimento e o lucro dessas empresas.
Um movimento que percebemos nos últimos anos é a de investimentos em robotização para as linhas de montagem. Cada novo carro ou nova fábrica exige tecnologias mais avançadas para melhorar a produtividade, qualidade e competitividade no mercado global dos automóveis. Só em agosto do ano passado, a fábrica da Volkswagen no ABC paulista instalou mais de 370 robôs para solda de chapas. Atualmente, a montadora tem mais de dois mil robôs em diferentes setores, como pintura, solda, carrocerias e chassi.
Também crescem os investimentos em patentes e tecnologias que favorecem a direção, o conforto e a conectividade dentro do automóvel, como adoção de sistema operacional próprio do veículo, sistemas de reconhecimento de voz, controle por movimentos, sensor como auxílio para estacionar, entre outros.
A busca de alternativas sustentáveis e a redução do uso de materiais derivados do petróleo também está em alta. No Brasil, há pesquisas voltadas para a utilização de materiais como fibra de coco e palmeira na produção de veículos.
A Ford, por exemplo, utiliza soja para confeccionar a espuma dos bancos do Mustang e investe em pesquisas para aproveitar fibras e recursos naturais. A Peugeot também utiliza fibras vegetais e já usou até cânhamo, uma variação da planta que dá origem à maconha, para fazer o suporte de retrovisores internos.
Há também várias tecnologias sendo pesquisadas ao redor do mundo sobre como colocar energia no carro. Com investimento de montadoras em P&D, o Brasil pode, por exemplo, intensificar a pesquisa sobre o potencial do etanol, biocombustível da cana de açúcar.
A discussão sobre o Rota 2030 já ocorre há cerca de um ano entre o Ministério da Fazenda e o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC). Um dos principais pontos de disputa é como o governo vai devolver às montadoras parte do que elas investirem em P&D.
A Fazenda não quer que os recursos sejam devolvidos na forma de créditos em impostos, como era feito no Inovar Auto, e insiste em um modelo que deixe o mercado brasileiro mais aberto. As discordâncias entre MDIC e Fazenda também envolvem o tamanho do incentivo e da redução de impostos.
Em maio, o governo parecia finalmente ter chegado a um acordo sobre o programa, que tinha previsão de ser anunciado no começo de junho. Porém, o lançamento foi adiado e o Rota 2030 voltou para análise da Fazenda, ainda sem previsão de nova data.
A indefinição aumentou as importações de veículos em 2018: nos quatro primeiros meses, a compra de automóveis de passageiros fabricados no exterior quase dobrou, chegando a US$ 1,3 bilhão.
O Inovar Auto, antigo programa de estímulo às empresas automobilísticas, vigorou por cinco anos e foi encerrado em dezembro do ano passado. O Rota 2030 terá validade de 15 anos e é menos protecionista em comparação ao Inovar Auto, que foi não foi bem aceito pela Organização Mundial do Comércio (OMC).
O novo programa põe fim à proteção concedida aos veículos fabricados no Brasil através do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), que aplicava uma tarifa extra de 30% aos produtos importados e reduzia a competitividade dos automóveis estrangeiros. Ainda assim, o Brasil é considerado um mercado fechado devido aos 35% de imposto de importação que vigoram sobre o setor automotivo.
O Inovar Auto gerou um forte ciclo de investimentos no setor automotivo nacional, mas, além de ter ocasionado uma condenação na OMC pelas medidas protecionistas, levou a um excesso de oferta, segundo o Ministério da Fazenda.
O Rota 2030 está focando em gerar investimentos em P&D e também deve incluir incentivos à produção de veículos elétricos e híbridos. O governo prometeu reduzir a alíquota do IPI de 25%, teto atual, para 7% nos carros dessas modalidades, o que equivale à porcentagem dos carros populares com motores flex 1.0.
A indústria automotiva está passando por um momento de intensas transformações. Como a sua empresa está lidando com os desafios? Leia nosso post para conhecer algumas dicas importantes.
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