Obstáculos para a Indústria 4.0: quais são e como superá-los?

A Indústria 4.0 é um novo modelo de funcionamento da indústria, baseado na conectividade, coleta de grande quantidade de dados em tempo real, estratégias de gestão e automação. Para que sua empresa tenha boa competitividade e eficiência, adaptar-se a essa realidade é cada vez mais importante, mas ainda há vários obstáculos para a Indústria 4.0 no Brasil.

Conheça aqui os principais desafios para a implementação da Indústria 4.0 e descubra como superá-los na sua empresa!

6 obstáculos para a Indústria 4.0 e como superá-los

1 – Falta de conhecimento

Muitas das inovações, processos e conceitos da Indústria 4.0 ainda não estão disseminados no Brasil. Faltam incentivos, estrutura digital e conhecimento para que a indústria se torne mais integrada às novas possibilidades digitais.

A Internet Industrial da manufatura, característica da Indústria 4.0, encontra-se em período de transição e implementação no país. De acordo com pesquisa sobre Internet Industrial no Brasil, realizada em 2017 pela ABII, quase 70% das empresas possui pouco contato com o conceito de Internet Industrial e encontra dificuldades para definir e interpretar o contexto dessa tecnologia. Apenas cerca de 30% conhece a Internet das Coisas (IIoT). Os obstáculos mais citados para a implementação da Internet Industrial foram dificuldade de comprovar o ROI (Retorno sobre o Investimento) e a cultura conservadora das empresas.

Para que as empresas possam usufruir de toda a potencialidade da Indústria 4.0 é importante expandir o conhecimento sobre a Internet Industrial, suas formas de implementação e as condições para que tudo isso possa ser aplicado no cenário nacional.

2 – Custos da implantação

O alto custo de implantação aparece com frequência entre os principais obstáculos para a Indústria 4.0. A solução para isso? Ao invés de adquirir uma nova tecnologia, você também pode utilizá-la em modelo de serviço, conhecido como pay per use (pague pelo uso, em inglês). É um aluguel da tecnologia em serviço compartilhado. Pode parecer estranho, mas no dia a dia já utilizamos muitos desses modelos. Uber, Spotify, Netflix e Airbnb são casos de pay per use. Você não compra a tecnologia, nem um CD, DVD ou imóvel, mas paga pelo serviço conectado e compartilhado.

O pay per use está cada vez mais disseminado também nas indústrias. O setor de logística possui diversos modelos de prestação de serviço compartilhado para transporte, monitoramento, abastecimento e gestão. No chão de fábrica também já temos tecnologias para linhas de montagem, inspeção, testes, rastreabilidade e controle de qualidade na modalidade pay per use.

Você pode, por exemplo, alugar robôs para diversas operações. A Pollux aplica e desenvolve a ideia de “robô como serviço” e já instalou mais de 150 robôs colaborativos no Brasil. Eles são capazes de realizar diferentes funções e serem realocados para onde forem mais necessários, adaptando a produção de acordo com a demanda no momento. O aluguel de robôs pode gerar uma economia de até R$ 200 mil por ano a cada robô.

3 – Falta de qualificação

A falta de mão de obra qualificada também é um dos obstáculos para a Indústria 4.0 no país. As novas tecnologias e enorme quantidade de dados exigem que os funcionários saibam acessar, interpretar e trabalhar com essas informações e programas.

As tecnologias industriais conectam todos os departamentos e etapas de produção, então é necessário que a empresa renove sua cultura de trabalho. Todos precisam compreender os softwares e ter uma noção global da empresa para tirar o máximo de proveito dos novos processos. É interessante capacitar os profissionais e criar equipes multidisciplinares voltadas para o gerenciamento e análise dos dados que os softwares disponibilizam.

Uma boa alternativa na hora de fazer a transição para a Indústria 4.0 é recrutar novos profissionais alinhados com esse objetivo. Profissionais que conheçam um pouco de programação, robótica ou análise de dados e saibam trabalhar com softwares e de forma criativa são essenciais nessa transição. Alguns exemplos são cientistas de dados, designers de interfaces, gerentes de inovação digital e programadores.

4 – Pouca infraestrutura e incentivos

Um dos obstáculos para a Indústria 4.0 mais citados é a falta de infraestrutura para aplicar e utilizar essas tecnologias. Adquirir uma internet com a qualidade e rapidez necessárias e aparelhos com capacidade de processamento suficiente são ainda desafios para muitas empresas.

Gerar discussão e disseminação sobre as vantagens da Indústria 4.0, organizar fóruns, feiras e congressos sobre o tema é um dos caminhos para superar esse obstáculo. A Indústria 4.0 não é mais uma escolha, e a competitividade das empresas depende muito do seu grau de inserção nessa nova realidade. Tanto as grandes empresas quanto governo e investidores precisam atender às demandas necessárias para o desenvolvimento e atualização da indústria nacional.

5 – Inexperiência na transição

Como muitos dos obstáculos para a Indústria 4.0 são diretamente relacionados a novas tecnologias, novos conceitos e formas de produção, não houve transformações parecidas em um passado recente. Muitas empresas não estão preparadas para uma transição para um ambiente on-line e de grande quantidade de coleta, armazenamento e análise de dados em tempo real.

Serviços de consultoria podem ser uma boa alternativa para analisar o caso de cada empresa. Os gestores e profissionais responsáveis pelos investimentos também precisam estar sempre atualizados e qualificados para lidar com as mudanças e a inserção nesse cenário.

6 – Ausência de projeto piloto

O projeto piloto é uma ótima maneira de superar os obstáculos para a Indústria 4.0 na sua empresa. O investimento é de menor escala, mais seguro e garante retorno rápido. Você escolhe uma área específica da empresa e o projeto apresenta uma solução para aquele processo determinado, que pode depois ser integrado com outros processos.

O ideal é estabelecer objetivos pequenos e implementar o projeto em sua totalidade, do início ao fim do processo – desde o fornecimento de materiais até a entrega do produto ou serviço ao cliente. Você pode trabalhar em conjunto com empresas ou iniciativas terceirizadas, como startups, que aplicam conceitos e processos digitais. Nem todos os projetos piloto são bem sucedidos, mas mesmo as falhas geram dados importantes para compreender o que funciona para a empresa.

O projeto piloto fornece um bom parâmetro: na sua própria elaboração a empresa começa a desenvolver as habilidades necessárias para a implantação da Indústria 4.0. Ao final, você tem uma estimativa de investimento inicial, conhece a experiência da transição, percebe como sua empresa lida com isso, calcula retornos e descobre pontos a melhorar, podendo fazer projeções para implementar a Indústria 4.0 em maior escala.

Aproveite para conferir o nosso artigo sobre a transformação do profissional para a indústria 4.0!